JOSÉ ROSA DOS SANTOS JÚNIOR
( Pará )
Nordestino, baiano, residente no Pará.
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Vencedor do Prêmio Eugênio Gomes de Literatura Comparada - Edição 2019 - concedido pela Associação Brasileira de Literatura Comparada. Doutor em Literatura e Cultura (2016) - Área de Concentração: Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura - pelo Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia - UFBA.
Mestre em Literatura e Diversidade Cultural (2011), pela Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS. Graduação em Licenciatura Plena em Letras (2007) pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Professor Efetivo do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA, Campus Marabá Industrial, atuando na área de ensino, pesquisa, extensão e gestão. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras (POSLET) do Instituto de Linguística, Letras e Artes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Foi Professor Substituto (2014-2018) da área de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Campus XX - Brumado, onde desenvolveu ações na área de ensino de graduação em Letras e na pós graduação lato sensu em Literatura Brasileira: Formação do Cânone e Contrapontos Críticos, além de atuar, como colaborador, nas ações extensionistas do Comitê Local do Proler - Brumado. É autor dos livros "Poemas Concebidos sem pecado: as representações do sagrado na poesia de Manoel de Barros", publicado pela UEFS Editora em 2016, e "Memória, Multiplicidade e Metalinguagem: modulações autorais em Manoel de Barros e Roberval Pereyr", publicado pela EDUNEB em 2018. Atua principalmente nos seguintes temas: lírica moderna e contemporânea, teoria da literatura, narrativas de autoria feminina, literatura afro-brasileira, memória e autobiografia.
Informações coletadas do Lattes em 17/09/2021 - ESCAVADOR
VII ANUÁRIO DA POESIA PARAENSE. Airton Souza organizador. Belém: Arca Editora, 2021. 221 p. ISBN 978-65-990875-5-4
Ex. Antonio Miranda
A um poeta
No dia em que a navalha rasgar
os teus olhos colados a cuspe
e, assim, saíres da prisão, do degredo e do exílio.
No dia em que o século das névoas
retornar ao seu jardim,
desconhecendo a fronteira
entre o carinho e o esconderijo.
O soluço do teu canto
Povoará os ares
dessa terra em transe.
Das suas lágrimas se formarão
os anéis de Saturno
Que, sem meus dedos,
não caberão.
Pois, a ascendência em Câncer
me empurrou para notas intrafegáveis
e me empapuça
de leites derramados..
É da negrura de sua retina
Que experimento as cores
Dessa fotografia em preto e branco.
Descança! O que te digo não é um ultimatum,
É para que durmas
e balbucie o gozo de um último ensaio.
E as cigarras estancaram o choro
Ela voou
Do décimo andar
Era dia, talvez crepúsculo, quem sabe aurora
Coragem, nunca teve
Foi preciso um empurrão
A ardência, no céu da boca, foi o ímpeto,
A força ausente até alai.
Era o céu da boca, o céu da boca
Que agora despencavam estrelas
Como lavas de um vulcão.
A quentura lhe emprestou asas
E ela decidiu voar.
O asfalto, tomado pelo mormaço das horas,
Nada pode fazer.
O socorro não tardou a chegar,
Mas ela voou
Metamorfoseada em cantos tristes
E em orvalhos que se preparam para compor
O bordado das chuvas
Ela voou
E as cigarras estancaram o choro.
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Página publicada em março de 2022
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